quinta-feira, 22 de maio de 2008

Sindicalismo burocrata

A RAI 3, uma das que compõem o pool de emissoras da tevê pública italiana, é a melhor de todas. Tem uma programação bastante interessante. Ontem, num programa de entrevistas que geralmente faz um bate-bola com escritores, o autor da vez foi o jornalista Stefano Livandiotti, autor de uma obra sobre o sindicalismo da Itália. Os números apresentados por ele não deixam de ser um reflexo sobre a situação geral do país. Entrevistador e entrevistado falavam sobre a burocratização dos sindicatos, e a respeito de como deixaram de prestar serviços para a sociedade. Existem nada menos do que 700 mil delegados sindicais na Itália e, uma vez que entram na vida sindical a atividade vira uma profissão. Na contramão desses números impressionantes, que a rigor poderiam representar conquistas para os trabalhadores, a Itália é responsável por 25% dos acidentes de trabalho na Europa a cada ano. Nada menos do que o dobro da média da França e Inglaterra. Outra anomalia da vida do trabalho do país. Quarenta e nove por cento dos associados da CGL, a confederação dos trabalhadores, são aposentados.

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