quarta-feira, 30 de abril de 2008

Alma dos italianos

Moro muito recentemente na Itália e por isso temo ser generalista ao querer traduzir a alma desse povo. Mas há certas coisas que precisam ser referenciadas sobre eles. Uma delas é o famoso mau-humor. Uma coisa que impressiona, por exemplo, é a falta de paciência dos vendedores e dos atendentes de supermercado. Dificilmente eles abrem uma conversação com um bom dia emoldurado por um sorriso. Esses dias precisei comprar queijo fatiado num mercadinho aqui perto de casa. Fiquei tomado de pânico quando, frente-a-frente com a vendedora, me dei conta que não sabia o nome "fatia" em italiano. Bom, o nome é fetta e cortar em fatias é affettare. Depois de algumas mímicas consegui me fazer entender, mas depois que ela havia cortado um naco grande do queijo. Bom, ela ficou indignada em ter que cortar um novo pedaço e fatiar do jeito que eu queria. Não conseguiu conter alguns resmungos. Ao contrário de outros países, o sentimento em relação aos estrangeiros não é dos melhores. O país está mergulhado em uma crise econômica - claro que por culpa dos próprios italianos e da sociedade que criaram - mas muito do peso dessa situação é debitado na conta dos estrangeiros. Segundo os programas jornalísticos das tevês nacionais, os estrangeiros são os únicos que cometem crimes. Falta a boa, velha, saudável e sábia auto-crítica não só para os jornalistas, mas para parte da população que embarca nesse discurso pobre.

Início da aventura

Prezados leitores,

Inicio aqui a viagem do meu blog. Usarei esse meio para postar pensamentos, experiências e impressões - nem sempre inspiradas - de um imigrante (jornalista) na Itália e Europa. Espero que seja útil para quem tem planos de mudar a sua vida e encarar uma experiência no exterior. Eu fiz a minha escolha e encarei.