sábado, 26 de julho de 2008

Italiano critico

Ontem tive uma conversa bem legal com um italiano mais ou menos da minha idade. Um pouco mais velho do que eu, é verdade. Uns 42 anos. Me admirei pela maneira como é aberto. Extremamente critico em relaçao a sua gente, à politica italiana e, principalmente em relaçao ao Berlusconi. Falou sobre o poder de manipulaçao que esse sujeito tem nas maos, pois contola canais de tv, jornais, revistas, empresas de seguro, que alias, é extremamente monopolizado aqui, e uma porçao de outras coisas, incluindo o Milan. Ele tinha esperança que o Valter Veltroni ganhasse, para fazer dobradinha com o Zapatero, da Espanha. Eu, curioso que sou, perguntei como os italianos puderam colocar o cara pela terceira vez no poder? Afinal, nas suas outras duas passagens nao conseguiu concluir nenhum mandato, por força de corrupçao. Sao egoistas, retrucou ele. So pensam em si mesmos. Se tem comida, um carro e podem consumir um pouco o resto esta bem...Com o poder da midia nas maos, Berlusconi conseguiu grudar na esquerda a culpa pelo aumento dos impostos. Mas isso, segundo o meu interlocutor, foi feito ha muito tempo. Uma campanha massiva, no entanto, teria facilitado a vida para o atual premier. Bom, em poucos meses o cara criou uma lei para livrar a propria cara de um processo que carrega de tentativa de suborno. Funciona como a imunidade parlamentar brasileira. Outra coisa que ele fez foi colocar na geladeira todos os processos anteriores a 2001, alegando que a Justiça aqui esta superlotada de coisas. Mas na verdade beneficiou a si mesmo e aos seus correligionarios. Por fim, tem toda essa xenofobia contida no pacote de segurança, que apertou o torniquete contra os imigrantes estrangeiros. Um ministro do governo dele, o Maroni, é particularmente responsavel por essa caça às bruxas, que atinge ainda os ciganos nomades. Ele pertence ao partido Liga Nord, que pela primeira vez que vi achei que se tratasse do partido verde, dado que a bandeira é verde e o simbolo é uma especie de folha. Nada mais nada menos do que a direita fascista, que ganhou novamente protagonismo no pais. Enfim, o amigo pensa em deixar a Italia, por todas essas questoes. Quer ir para a Espanha, onde espera ver mais liberdade e ética, que atualmente estao em falta em Roma.

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