domingo, 22 de fevereiro de 2009

Multiculturalismo

Fiquei um tempo sem escrever. Não por falta de inspiração ou por ausência de acontecimentos, mas por pura preguiça mesmo. Desde a nevasca, que foi uma coisa fantástica, pelo inusitado, muita coisa aconteceu. Minha esposa chegou, comecei a trabalhar e conhecer melhor a cidade, além do estudo do inglês. Já falo alguma coisa, mas estar aqui sem dúvida acelera o aprendizado, como já havia feito na Itália. Comecei a entrar no ritmo da cidade, que é alucinante, como escrevi nos primeiros posts. Passei a não ficar tão cansado de subir e descer escadas no metrô, mas não deixei de me admirar com o multiculturalismo da cidade, e a quantidade de línguas que se fala. Semana passada estava voltando à noite do meu curso de inglês e de repente ouvi três pessoas falando ao celular. Uma conversava em francês, a outra em russo, e um terceiro, para salvar a pátria, num inglês com sotaque bem britânico. Ainda não me acostumei com isso. Quer dizer, não que isso me incomode, pelo contrário. Curto muito a cadência das línguas e tento ficar imaginando a mensagem que árabes, franceses, alemães e demais estrangeiros trocam ao telefone.
Agora, em nenhum lugar vi e ouvi tantos brasileiros. E, ao contrário de outras nacionalidades, os brasileiros não têm os seus guetos. Aqui nós moramos espalhados, o que nos enfraquece. Daria uma bela tese saber o porque disso. Porque nós somos tão desunidos quando estamos no exterior. Porque não nos organizamos, como os chineses, os árabes, os indianos, que têm os seus bairros.
Talvez tenha um palpite. Do modo como votamos, deixando que tanta gente sem escrúpulos nos dirija, explica em parte porque não nos organizamos quando estamos fora.

Nenhum comentário: